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 Conselhos de Estratégia

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Leon MendesLeon Mendes

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Rio Grande do Sul

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MensagemAssunto: Conselhos de Estratégia   Conselhos de Estratégia Ts10Qui 27 Out 2011, 10:00

Onde foi que errei?

O meu primeiro professor de xadrez descrevia-me os erros palmares de diferentes maneiras. Se eu cometia um simples descuido, dizia ele que eu tinha cegado; se eu confundia duas idéias, dizia que eu havia misturado tudo. Embora jamais tenha esquecido sua terminologia, continuei a errar em todas as partidas. Atualmente meus próprios alunos forçam-me a pensar nesses "pontos cegos" sob outro ponto de vista. Verifico então que os descuidos podem ser reduzidos simplesmente pelo uso do senso comum.

Algumas coisas, contudo, são tão óbvias que nunca nos preocupamos em pensar nelas. Por isso, meditei um pouco por você nessas coisas tão necessárias. O que se segue são sugestões para ajudar a reduzir os erros no xadrez. Sem embargo, tente, por favor, cometer pelo menos um erro engraçado em cada jogo. Trata-se do único entretenimento que você ainda pode dar-se ao luxo de fazer...

Concentre-se

Esforce-se para não se distrair com as pessoas à sua volta, com comentários e com as outras partidas, especialmente em torneios abertos com alentado número de participantes. Significa dizer que você não deve levantar-se depois de cada lance para comentar com espectadores como você está indo bem. Em verdade eles não estão interessados nisso e você provavelmente conceituou mal sua posição. As distrações devem ser reduzidas a um mínimo, seguindo-se o exemplo de um luminar nova-iorquino que, numa grotesca paródia de Botvinnik, segurava a cabeça como se fora um torno, enfiava os dedos nos ouvidos e fingia que todo o universo começava a terminava no seu tabuleiro. Esse mestre não ganha muitos amigos, mas também não perde muitas partidas.

Não relaxe nunca!

Ao invés de esperar que o seu oponente abandone a partida, force-o a desistir de continuar a luta. É fácil esquecer que até mesmo as posições desesperadas podem conter uma pitada de veneno, uma cilada decisiva. Trabalhe com tanto afinco para converter decisivamente uma vantagem como você o fez para consegui-la. O iogue Berra deve ter pensado em xadrez quando disse: "Não está terminado, enquanto não terminar."

Não subestime o adversário

Não faça lances arriscados na esperança de que o seu oponente não os veja, mesmo quando você estiver enfrentando um neófito. Na verdade, enxadristas fracos jogam tão descuidadamente que poderiam refutar seu jogo apressado, por puro acaso. Além disso, sempre pense que os jogadores preferem não se arriscar e correr na pista certa.

Não jogue mecanicamente

Não faça lances precipitadamente; não dê respostas "automáticas". Mesmo a posição que parece exigir resposta forçada pode ocultar uma inesperada jogada intermediária. Você não vai descobrir coisa alguma – nem mesmo a hora do dia – se se apressar em responder ao seu adversário antes que ele tenha acionado o relógio.

De outra parte, não se atole em tantas filigranas que você fique apurado no relógio, pois isso pode ser tão prejudicial quanto jogar demasiadamente rápido.

Tenha seu ritmo de jogo

Se você normalmente fica premido pelo tempo, pode lutar contra a voragem dos minutos controlando seu ritmo de jogo. Simplesmente registre o tempo expirado a cada cinco (ou dez) lances na sua planilha. Assim deve ficar apto a enfrentar melhor a tensão, muito embora certos "Josés nervosos" afirmem que não têm tempo nem mesmo para isso. Contrariamente, alguns poucos e extraordinários enxadristas parecem ter êxito quando dispõem de menos de um minuto de relógio. Eles freqüentemente ganham porque seus adversários erram ao quererem seguir o mesmo ritmo apressado, numa tentativa de induzi-los ao erro.

A maneira correta de explorar o apuro de tempo do oponente é procurar fazer o melhor lance na posição, mesmo que isso exija uma reflexão mais profunda para encontrá-lo. Essa aparente "pausa para respiração" é amplamente compensada pela necessidade que tem o adversário, premido pelo tempo, de encontrar uma resposta boa e racional.

Discipline seu pensamento

Não fique tão absorvido numa só linha de pensamento que deixe de considerar o óbvio. Atente, por exemplo, para o caso de um xeque do adversário. Você poderá refutá-lo no começo de uma análise e assim não ver que quatro lances depois o mesmo xeque que você refutou mentalmente poderá romper uma seqüência e subverter toda a variante que você escolheu. Assim, antes de iniciar uma extensa linha de jogo, esteja certo de rever as ameaças inimigas diretas, não apenas no início de uma série de lances, mas também em cada passo dado ao longo do caminho.

Ratificar ou retificar?

Recomendamos, também, que você anote cada lance na planilha, antes de, efetivamente, efetuá-lo no tabuleiro. Isso poderá ajudá-lo de várias maneiras. Você pode ficar chocado ao ver na planilha uma bobagem que você mesmo escreveu. Além disso, seu adversário também pode reagir a um erro escrito por você e, sem querer, "avisá-lo" por meio de uma alteração fisionômica ou atitude corporal. Anos atrás, Bobby Fischer chamou de "embusteiros" os enxadristas que utilizavam esse expediente, pois eles estavam realmente fazendo anotações à parte. Nada obstante, o epíteto de Fischer não impediu os erros crônicos de experimentarem essa "técnica". Suponho que eles têm sido chamados de nomes muito piores que esse.


Autor: MI Bruce Padolfini – revista Chess Life: set/80
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